Terremoto : dois problemas. 1) UEFS 2000.2 – A escala Richter é usada, desde 1935, para medir a intensidade de um terremoto através da fórmula
I = (2/3).log3(E / k), em que E é a energia liberada pelo terremoto; k, uma constante, sendo E e k medidas em kWh – quilowatt-hora. Sabendo-se que, em duas cidades, X e Y, foram registrados terremotos que tiveram intensidades iguais a, respectivamente, 4 e 8 na escala Richter e sendo Ex a energia liberada em X e Ey a energia liberada em Y, pode-se afirmar:
A) Ey = 2Ex
B) Ey = 28Ex
C) Ey = 32Ex
D) Ey = 33Ex
E) Ey = 36Ex
Nota: UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana.
Solução:
Temos que IX = 4 e IY = 8, pelo enunciado do problema.
Substituindo na fórmula do enunciado, vem:
4 = (2/3).log(EX / k) \4 / (2/3) = log(EX / k) \ log3(EX / k) = 6
8 = (2/3).log(EY / k) \8 / (2/3) = log(EX / k) \ log3(EY / k) = 12
Já sabemos de Logaritmos que se logbN = x, então bx = N.
Logo,
De log3(EX / k) = 6 tiramos EX / k = 36
De log3(EY / k) = 12 tiramos EY / k = 312
Dividindo membro a membro as expressões em azul negrito acima, fica:
(EX / k) / (EY / k) = 36 / 312
Efetuando as divisões indicadas no primeiro e segundo membros, vem:
Nota: lembre-se que para dividir duas frações, multiplicamos a primeira pelo inverso da segunda. Teremos então:
EX / EY = 36-12 = 3-6 = 1 / 36
Nota: Lembre-se que a-n = 1 / an
Daí vem imediatamente que:
EX / EY = 1 / 36 Þ EY / EX = 36 Þ EY = 36.EX
Concluímos pois, que a alternativa correta é a de letra E de Errado , ra ra ra ra ....
Brincadeira à parte, E é a alternativa correta.
Nota: A escala logarítmica Richter foi criada em 1935 pelo norte-americano Charles Richter (1900 – 1985), para avaliar a energia liberada nos terremotos. Sabe-se que um terremoto medindo 5 graus na escala Richter pode ser destrutivo; nunca foi registrado um terremoto de intensidade 10. Consta que o terremoto no Japão em 11/3/2011, atingiu 8,9 na escala Richter, tendo sido portanto, de grande magnitude.2) Foi amplamente divulgado que o terremoto de 11 de março de 2011 no Japão, teria deslocado o eixo da Terra em 25 centímetros. Pede-se determinar o deslocamento angular correspondente.
Solução: Considere a figura a seguir onde o arco BU mede 25 cm e o raio da Terra (considerada esférica) seja BO = UO = 6400 km. (O raio da Terra Média mede aproximadamente 6400 quilômetros).
Já sabemos da Trigonometria que a medida de um ângulo central (em radianos) é igual ao quociente entre o comprimento do arco e o raio do círculo correspondente. Então, na figura acima teremos:
Arco BU -----> mede 25 cm, conforme enunciado da questão.
Raios BO e UO -----> medem 6400 km (comprimento do raio médio da Terra). Então, a medida do ângulo central UÔB (vértice em O) o qual desejamos calcular, será igual a:UÔB = BU / BO
Nota: BU e BO devem estar expressos na mesma unidade; então, vamos expressar tudo em centímetros. Teremos: BU = 25 cm (dado no problema) e UO = 6400 km = 6 400 000 m = 640 000 000 cm, já que 1 km = 1000 m e 1m = 100 cm.
Nestas condições, teremos:
UÔB = 25/640 000 000 radianos, que simplificado resulta em UÔB = 1/25 600 000 radianos
Para termos uma percepção mais apurada da medida acima em radianos, vamos transformá-la em graus sexagesimais; já sabemos que:
¶ radianos = 180º
Então 1/25 600 000 radianos valerá xº (x graus). Logo, por regra de três, tiramos:
x = (1/ 25 600 000).(180/¶) e como o valor de ¶ (pi) é aproximadamente 3,1416, teremos finalmente, após efetuar as operações indicadas: x = 0,000 00224 º .
Vemos que o deslocamento angular correspondente é um número muito pequeno e equivalente a aproximadamente "2,24 milionésimos de um grau" (2,24.10-6 grau).
Em resumo: um deslocamento linear do eixo da Terra igual a 25 cm, resultaria num deslocamento angular desse mesmo eixo, em aproximadamente 2,24 milionésimos de um grau.
Agora resolva este:
Considerando as mesmas condições do problema anterior, calcule o deslocamento angular para o caso de um deslocamento linear de 10 centímetros no eixo da Terra. Dado: raio da Terra Média = 6400 km.
Resposta: aproximadamente 1 milionésimo de um grau.
Nota: Como é sabido que os padrões climáticos conhecidos como estações (Verão, Outono, Primavera e Inverno), dependem da inclinação do eixo da Terra em relação ao Sol, poderemos inferir que qualquer mudança angular no eixo da Terra, poderá ter influência no clima. Trata-se entretanto de uma mera conjectura minha, a qual entretanto, parece-me verdadeira.
Paulo Marques, 28/8/2001 – Feira de Santana – BA. Editado e ampliado em 12/03/2011.